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Our Great Adventure
Já não soube tão bem levantar às 5.30h da madrugada. Às 6.50h fomos
os primeiros a entrar para o bus da tour. O motorista Joey apesar de
diferente tinha algumas semelhanças com o Bruno. Passei o dia todo a
evitar chamar-lhe Bruno. O bus levava muitos australianos e poucos
europeus. Destacavam-se o Paolo e o Marcello, italianos de férias e +/-
da nossa idade. A primeira paragem foi em Adelaide River.
Fomos deixados com um velhote, barbudo, descalço e que vivia sem sombra
de dúvidas há muitos anos sem tv e grandes influências da cidade. Sabia
tudo sobre crocodilos. Entramos no barco e esta viagem de uma hora foi o
ponto alto do dia. Ele relatava como se comportavam os bichos enquanto
os alimentavamos com pedaços de frango presos a uma cana. Os crocodilos
por norma não se mostram, mas por hábito conseguiam reconhecer as
vibrações do barco dele, associando a comida, pelo que apareciam à tona.
As fêmeas andavam sempre junto da margem, muito por causa dos ninhos.
Os machos controlavam o centro do rio. Sempre que havia disputas de
machos por causa de território, 99% das vezes era fatal para o não
dominante. O macho só se aproximava das margens para procurar fêmeas ou
caso algo mudasse no ambiente normal do rio. Foi-nos também explicado
que os crocodilos não pensam, nem aprendem pois não têm memória. Agem
sempre por instinto. As fêmeas não conhecem as suas próprias crias, pelo
que não podem sair de perto do ninho. O crocodilo absorve calor pela pele, pelo que qd está à tona tende a abrir a boca para arrefecer.Nós
temos 5 sentidos, os crocodilos têm mais três. Conseguem saber
exactamente o que é, a que distância está o objecto e quanto tempo demoram a
chegar ao local onde há um corpo estranho na água. E pode estar na
retaguarda, não precisam de ver o objecto com os olhos. E como o
crocodilo não pode apalpar um objecto com as mãos, tem de fazê-lo com os
dentes. Duas fêmeas foram alimentadas junto à margem. E onde um
crocodilo está, é possível perceber-se que se está rodeado de uns outros
quantos. Quando finalmente procuramos um macho, achamos um com 5m de
comprimento. OMG é incrível perceber o seu tamanho e vê-lo ali mm ao
lado do barquinho a saltar para apanhar o frango. Os
crocodilos podem saltar na vertical a sua altura se precisarem, e isto
porque enquanto bebés saltam para apanhar moscas e pássaros nas árvores.
O skill mantém-se na fase adulta. É de facto muito
assustador, no entanto em quase 250 anos de Austrália apenas ocorreram
56 mortes, sendo que as mortes por tubarão já passaram o milhar.O
guia ainda atirou carne aos pedaços para a água, as quais os crocodilos
não reagiam por ser diferente do normal. Então ele assobiou e
apareceram falcões que avidamente se atiraram aos pedaços na água.
Explicou também que os falcões são os descendentes mais directos dos
dinossauros velociraptors. O som dos falcões faz mm lembrar o filme
Parque Jurássico.De volta à margem, continuamos viagem para o
Litchefield National Park. A viagem é longa e morosa, e o Joey não
ajudou à festa, pois das poucas vezes que falava, falava sobre mortes
que tinham ocorrido na área em anos anteriores. Um pouco macabro.
Infelizmente não tinha o dom da palavra. A primeira paragem onde pudemos
tomar banho foram as Florence Falls. A água estava fresca e era
possível sentir os peixes de volta das nossas pernas como de um fish spa
se tratasse.Continuamos para almoçar nas Wangi Falls. Aqui
as quedas eram maiores e com grande lago, mas não se podia nadar pois um
crocodilo tinha sido avistado. Almoçamos saladas e sanduíches.
Perguntei ao Joey se conhecia o Bruno e ele muito admirado disse que
sim. Perguntou-me de onde o conhecia e disse que era dos poucos guias
que se davam com ele. Disse que tinha estado com ele no dia em que ele
falecera. Mas não se alongou muito.Fomos a seguir tomar banho
no Rockhole???? O Ricardo não foi à água, mas eu já n aguentava o
calor. A força da água era tanta que parecia um jacuzzi:) Sequinhos
e já prontos para voltar ainda paramos na Cathedral? Magnetic? Termite
Mound para tirar uma foto. E que foto! As térmitas tinham construído o
seu forte com pelo 5m de altura.De volta a Darwin, o Joey
chamou-me para me contar sobre a morte do Bruno. Foi um aneurisma que
rebentou enquanto ele descansava durante a penúltima tour antes de se
fazer ao caminho para Sydney. Foi no parque de estacionamento das
Florence Falls, onde era preciso descer e subir 145 degraus. Ele era a
única pessoa da sua pequena empresa, fazia tudo sozinho e por isso
talvez estivesse cansado. O Joey contou que outros operadores não
gostavam dele e do seu feitio e que não percebiam o que estava ali uma
pessoa de Sydney a roubar-lhes trabalho....disse também que a Efy, ou o
YMB puxou o seu caixão na hora das cerimónias fúnebres.Quando
chegamos a Darwin, foi mesmo em cima do sunset. Paramos em Fannie Bay,
comemos camarões e bebemos champanhe. Bebi ao Bruno!Fomos os
primeiros a sair do autocarro e ainda combinamos ir beber uma cerveja
com os italianos, mas pelos vistos o Marcello foi mordido por algo
durante o dia e tinha um dedo do pé preto. Passou a noite no hospital
para despistar qq mordedura de cobra. Nos adormecemos ainda nem eram
9h...
os primeiros a entrar para o bus da tour. O motorista Joey apesar de
diferente tinha algumas semelhanças com o Bruno. Passei o dia todo a
evitar chamar-lhe Bruno. O bus levava muitos australianos e poucos
europeus. Destacavam-se o Paolo e o Marcello, italianos de férias e +/-
da nossa idade. A primeira paragem foi em Adelaide River.
Fomos deixados com um velhote, barbudo, descalço e que vivia sem sombra
de dúvidas há muitos anos sem tv e grandes influências da cidade. Sabia
tudo sobre crocodilos. Entramos no barco e esta viagem de uma hora foi o
ponto alto do dia. Ele relatava como se comportavam os bichos enquanto
os alimentavamos com pedaços de frango presos a uma cana. Os crocodilos
por norma não se mostram, mas por hábito conseguiam reconhecer as
vibrações do barco dele, associando a comida, pelo que apareciam à tona.
As fêmeas andavam sempre junto da margem, muito por causa dos ninhos.
Os machos controlavam o centro do rio. Sempre que havia disputas de
machos por causa de território, 99% das vezes era fatal para o não
dominante. O macho só se aproximava das margens para procurar fêmeas ou
caso algo mudasse no ambiente normal do rio. Foi-nos também explicado
que os crocodilos não pensam, nem aprendem pois não têm memória. Agem
sempre por instinto. As fêmeas não conhecem as suas próprias crias, pelo
que não podem sair de perto do ninho. O crocodilo absorve calor pela pele, pelo que qd está à tona tende a abrir a boca para arrefecer.Nós
temos 5 sentidos, os crocodilos têm mais três. Conseguem saber
exactamente o que é, a que distância está o objecto e quanto tempo demoram a
chegar ao local onde há um corpo estranho na água. E pode estar na
retaguarda, não precisam de ver o objecto com os olhos. E como o
crocodilo não pode apalpar um objecto com as mãos, tem de fazê-lo com os
dentes. Duas fêmeas foram alimentadas junto à margem. E onde um
crocodilo está, é possível perceber-se que se está rodeado de uns outros
quantos. Quando finalmente procuramos um macho, achamos um com 5m de
comprimento. OMG é incrível perceber o seu tamanho e vê-lo ali mm ao
lado do barquinho a saltar para apanhar o frango. Os
crocodilos podem saltar na vertical a sua altura se precisarem, e isto
porque enquanto bebés saltam para apanhar moscas e pássaros nas árvores.
O skill mantém-se na fase adulta. É de facto muito
assustador, no entanto em quase 250 anos de Austrália apenas ocorreram
56 mortes, sendo que as mortes por tubarão já passaram o milhar.O
guia ainda atirou carne aos pedaços para a água, as quais os crocodilos
não reagiam por ser diferente do normal. Então ele assobiou e
apareceram falcões que avidamente se atiraram aos pedaços na água.
Explicou também que os falcões são os descendentes mais directos dos
dinossauros velociraptors. O som dos falcões faz mm lembrar o filme
Parque Jurássico.De volta à margem, continuamos viagem para o
Litchefield National Park. A viagem é longa e morosa, e o Joey não
ajudou à festa, pois das poucas vezes que falava, falava sobre mortes
que tinham ocorrido na área em anos anteriores. Um pouco macabro.
Infelizmente não tinha o dom da palavra. A primeira paragem onde pudemos
tomar banho foram as Florence Falls. A água estava fresca e era
possível sentir os peixes de volta das nossas pernas como de um fish spa
se tratasse.Continuamos para almoçar nas Wangi Falls. Aqui
as quedas eram maiores e com grande lago, mas não se podia nadar pois um
crocodilo tinha sido avistado. Almoçamos saladas e sanduíches.
Perguntei ao Joey se conhecia o Bruno e ele muito admirado disse que
sim. Perguntou-me de onde o conhecia e disse que era dos poucos guias
que se davam com ele. Disse que tinha estado com ele no dia em que ele
falecera. Mas não se alongou muito.Fomos a seguir tomar banho
no Rockhole???? O Ricardo não foi à água, mas eu já n aguentava o
calor. A força da água era tanta que parecia um jacuzzi:) Sequinhos
e já prontos para voltar ainda paramos na Cathedral? Magnetic? Termite
Mound para tirar uma foto. E que foto! As térmitas tinham construído o
seu forte com pelo 5m de altura.De volta a Darwin, o Joey
chamou-me para me contar sobre a morte do Bruno. Foi um aneurisma que
rebentou enquanto ele descansava durante a penúltima tour antes de se
fazer ao caminho para Sydney. Foi no parque de estacionamento das
Florence Falls, onde era preciso descer e subir 145 degraus. Ele era a
única pessoa da sua pequena empresa, fazia tudo sozinho e por isso
talvez estivesse cansado. O Joey contou que outros operadores não
gostavam dele e do seu feitio e que não percebiam o que estava ali uma
pessoa de Sydney a roubar-lhes trabalho....disse também que a Efy, ou o
YMB puxou o seu caixão na hora das cerimónias fúnebres.Quando
chegamos a Darwin, foi mesmo em cima do sunset. Paramos em Fannie Bay,
comemos camarões e bebemos champanhe. Bebi ao Bruno!Fomos os
primeiros a sair do autocarro e ainda combinamos ir beber uma cerveja
com os italianos, mas pelos vistos o Marcello foi mordido por algo
durante o dia e tinha um dedo do pé preto. Passou a noite no hospital
para despistar qq mordedura de cobra. Nos adormecemos ainda nem eram
9h...
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